Saúde prevê 17 mil novos casos de câncer no colo do útero
Vírus HPV, facilmente transmissível na relação sexual, foi responsável por 6.627 mortes em 2020, ocupando o terceiro lugar em mortalidade no país
Redação Folha do Povo 
Falar sobre infecções sexualmente transmissíveis é um tabu na sociedade. No entanto a ausência de diálogo sobre o assunto prejudica a realização de exames preventivos e de diagnósticos precoces de doenças causadas por vírus. Entre eles, o papilomavírus humano (HPV), transmitido na relação sexual e causador do câncer no colo de útero.
Conforme estimativa divulgada pelo Ministério da Saúde, entre 2023 e 2025, cerca de 17 mil mulheres devem ser diagnosticadas com o tumor. Esse tipo de câncer é o terceiro tipo mais incidente entre mulheres. Em 2022, foram estimados 16.710 novos casos e em 2020, conforme últimos dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), foram 6.627 mortes no Brasil pelo câncer.
Em julho, o Ministério da Saúde tem a Campanha Julho Verde-Escuro, com o objetivo de chamar a atenção para a importância de exames preventivos e do diagnóstico precoce dos cânceres ginecológicos, que afetam o aparelho reprodutor feminino.
Entre as medidas tomadas pelo Sistema Único de Saúde, está a vacinação contra o HPV em meninos e meninas de 9 a 14 anos e pessoas imunossuprimidas com até 45 anos. No entanto, apesar de ser disponível gratuitamente, muitos pais não levam seus filhos adolescentes para se imunizar por uma falsa crença que vão estimular uma iniciação sexual precoce.
O chefe do Departamento de Ginecologia Oncológica do Instituto Nacional de Câncer (Inca), Gustavo Guitmann, ressalta o tabu que existe em torno do imunizante. “A gente tem a vacina disponível, é uma vacina cara, é uma vacina que está aí, mas que não está sendo utilizada. São vários tabus, de o povo brasileiro achar que você está expondo a questão sexual para a filha adolescente. Mas é mais uma vacina comum como outra qualquer”, explica.
