Itatiaiuçu supera média nacional, aponta Censo

Cobertura na cidade é de 69%, enquanto o País registrou 62,5%. IBGE contabilizou 7.891 domicílios em Itatiaiuçu, 95% são casas

Itatiaiuçu supera média nacional, aponta Censo
Foto: Reprodução


A proporção de domicílios com acesso à rede de coleta de esgoto no Brasil chegou a 62,5% em 2022, registrando aumento de 18,1% em relação ao ano de 2000 (44,4%) e 9,7% a mais do que em 2020 (52,8%). O crescimento no número de domicílios com esgotamento por rede coletora ou fossa séptica representou 75,7% das residências mapeadas, um aumento de 11,2% em relação ao ano de 2010. Os dados são do Censo Demográfico 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 23 de fevereiro.

De acordo com o PLANSAB, existem três formas adequadas de coleta: rede geral ou pluvial, fossa séptica ou fossa filtro ligada à rede e fossa séptica ou fossa filtro não ligada à rede. 

Em 2022, 3.505 municípios brasileiros apresentavam menos da metade da população morando em domicílios com coleta de esgoto, enquanto em 2.386 municípios menos da metade dos habitantes residia em domicílios com esgotamento por rede coletora ou fossa séptica. Os valores de quem vivia em domicílios com esgotamento por rede coletora ou fossa séptica foram de 59,2% em 2000, 64,5% em 2010 e 75,7% em 2022. Os 24,3% restantes viviam num total de 16,4 milhões de domicílios com soluções de esgotamento sanitário precárias, como fossa rudimentar ou buraco, esgotamento diretamente em rio, lago, córrego ou mar e esgotamento por vala.

A pesquisa também apontou que 97,8% da população tinha, no mínimo, um banheiro de uso exclusivo e que 0,6% da população habitava domicílios sem banheiros, sanitários ou buracos para dejeções.

“A presença da rede de esgoto está relacionada ao contingente populacional de cada município. Há uma tendência de municípios com mais de 500 mil habitantes terem rede de esgoto mais robusta. Isso ocorre, em parte, devido à dificuldade de implementação do serviço em locais com menor densidade populacional, sendo necessária uma rede mais extensa para chegar ao mesmo número de pessoas de um município maior”, afirma Bruno Perez, analista da pesquisa.   

Coleta de lixo

Já em relação ao destino do lixo, 90,9% da população residia em domicílios com coleta direta ou indireta de lixo. O tipo de descarte mais frequente foi o “Coletado no domicílio por serviço de limpeza”, com 82,5% da população residindo em domicílios nos quais esse era o destino do lixo. Em seguida, “Depositado em caçamba de serviço de limpeza”, feito por 8,4% da população. 

Cerca de 9,1% da população recorreu a soluções locais ou individuais para a destinação do lixo, sendo queimado na propriedade (7,9%); enterrado na propriedade (0,3%); jogado em terreno baldio, encosta ou área pública (0,6%); e outro destino (0,3%).

O índice da população atendida por coleta direta ou indireta de lixo vem aumentando a cada Censo: em 2000, 76,4% das pessoas tinham acesso à coleta de lixo, percentual que subiu para 85,8% em 2010, até atingir 90,9% em 2022.

Banheiros por domicílio

No Censo, foi considerado banheiro de “uso exclusivo” aquele em que, no cotidiano, era utilizado apenas pelos moradores dos domicílios e seus hóspedes. Em 2022, 71 milhões de domicílios tinham, no mínimo, um banheiro de uso exclusivo, 97,8% do total da população brasileira.

Em 2010, 92,3% das residências tinham um banheiro de uso exclusivo, um aumento de 5,5 pontos percentuais em 2022. A quantidade de banheiros também teve aumento. Em 2010, 71,5% dos domicílios tinham apenas um banheiro; em 2022, esse número caiu para 66,3%. Em contrapartida, em 367 domicílios não existem banheiros, sanitários ou buracos para dejeções, afetando 1,2 milhão de pessoas (0,6% da população).

Acesso em Itatiaiuçu

Em Itatiaiuçu, mais notícias positivas para comemorar o aniversário da cidade: 69% das residências têm acesso à rede de água e esgoto, 6,5% maior do que a média nacional. Foram registrados 7.891 domicílios no total no município. Desse total, 65,29% tem conexão à rede de esgoto, 72,98% tem abastecimento de água pela rede geral e 95,19% tem coleta de lixo.

De acordo com o analista do Censo, “entre os serviços que compõem o saneamento básico, a coleta de esgoto é o mais difícil, pois demanda uma estrutura mais cara do que os demais. O Censo 2022 reflete isso, mostrando expansão do esgotamento sanitário no Brasil, porém com uma cobertura ainda inferior à da distribuição de água e à da coleta de lixo”. Explicação que pode ser comprovada com os dados de Itatiaiuçu que mostram que há mais acesso ao serviço de lixo e de água do que de esgotamento nos domicílios.

Já em relação ao acesso a banheiros, os números mostram que 99,89% dos domicílios possuem banheiros exclusivos. 69% possuem um único banheiro; 25,66% possuem 2; 4,4% possuem 3; 0,83% possuem 4 ou mais; e 0,11% não possuem nenhum.

Parcela mais afetada

A falta de acesso a saneamento básico afeta principalmente os jovens, pretos, pardos e indígenas. De acordo com a pesquisa, em 2022, a abrangência de serviços públicos de saneamento, como abastecimento por rede de água, coleta de esgoto, coleta de lixo e precariedade no acesso a saneamento básico se mostrou relacionada à faixa etária, registrando menores índices para os grupos de idade mais novos. 

O Censo revelou ainda que as pessoas de cor ou raça amarela, seguidas das de cor ou raça branca, tiveram as maiores proporções de conexão de redes de serviços de saneamento básico e maior índice de presença de instalações sanitárias nos domicílios. As pessoas de cor ou raça preta, parda e indígena obtiveram proporções menores.   

“Esse panorama está ligado à distribuição regional dos grupos, com presença maior da população de cor ou raça preta, parda e indígena no Norte e Nordeste, regiões com menor infraestrutura de saneamento”, conclui Bruno.