Falta de leito - Criança morre esperando UTI pediátrico
Menina de 3 anos foi encaminhada para o Hospital de Itaúna, onde foi entubada e ficou à espera de vaga em UTI na região ou em Belo Horizonte
Redação Folha do Povo 
Na última semana, repercutiu um caso de morte de uma criança de Itatiaiuçu, que faleceu aguardando por um leito pediátrico na região. Conforme divulgado pela família, Thayla Heloisa Roberto Gomes Silva, que faleceu dois dias antes de completar 3 anos, estava com febre há alguns meses e, devido à piora de seu quadro, foi levada à Policlínica local, no domingo, 18 de junho, para ser medicada. No local, a criança recebeu uma medicação e foi liberada.
A criança foi medicada e, ao chegar em casa, piorou, passando a vomitar e a cuspir sangue. Após exames de sangue e urina, a Policlínica constatou uma possível pneumonia ou dengue hemorrágica, sendo encaminhada pelo SAMU para a sala vermelha do Hospital de Itaúna.
No Hospital Manoel Gonçalves, a criança deu entrada na Sala Vermelha, onde foi atendida e, devido à gravidade de sua saúde, ela foi entubada, permanecendo internada à espera da obtenção de um leito de UTI pediátrica em hospitais da região ou mesmo em Belo Horizonte, já que o hospital de Itaúna não possui esse tipo de leito. A criança deu entrada com um quadro de falha nos rins, sofreu duas paradas cardiorrespiratórias e faleceu na manhã do dia 19 de julho.
A secretária de Saúde, Edinelle Vieira, declarou à rádio Itatiaia que a equipe médica acionou a Central de Leitos, mas recebeu a resposta de que não havia leitos disponíveis no momento. Por isso, a criança foi levada para Itaúna em estado de emergência, pelo SAMU. A Prefeitura de Itatiaiuçu e o Hospital Manoel Gonçalves lamentaram a morte da criança pelas redes sociais.
Conforme a direção do Hospital, em nota, “todos os procedimentos de atendimento a criança cumpriram os protocolos médicos assistenciais e não foram medidos esforços para que a vida fosse preservada, apesar da gravidade do caso, sendo a criança atendida na Sala Vermelha e entubada até que fosse possível realizar a transferência para unidade hospitalar que atendesse com UTI pediátrica, pois o Hospital Manoel Gonçalves não dispõe de UTI Pediátrica, porém antes que a vaga surgisse, a criança apresentou duas paradas cardiorrespiratórias, vindo, infelizmente, a falecer”.
A família da criança, inconformada com a situação, denunciou o fato junto à imprensa da capital e registrou uma ocorrência policial para que inquérito seja instaurado e apure se houve culpabilidade na morte da criança.
