COVID-19 - Grande circulação da ômicron no Estado

Itatiaiuçu tem até 17 casos positivos por dia. Festas de fim de ano reforçam necessidade de completar o esquema vacinal

COVID-19 - Grande circulação  da ômicron no Estado
Priscilla Fujiwara - Funed


O novo aumento de casos de Covid-19 em Minas Gerais levou a Fundação Ezequiel Dias - Funed a sequenciar novas amostras de casos infectados para investigar o perfil das linhagens genéticas do vírus em circulação. Como resultado, foi confirmado o espalhamento da variante ômicron BQ.1 na Região Metropolitana de Belo Horizonte - RMBH e no interior do estado.

Em Itatiaiuçu, os boletins recentes têm mostrado que o vírus também está em circulação mais uma vez na cidade, com registros de 8, 12 e até 17 casos positivos por dia, como divulgado no dia 16 de dezembro. O que reforça a necessidade de uso de máscaras em locais fechados e de completar o quadro vacinal.

Em 25 de novembro, o Laboratório Central de Saúde Pública de Minas Gerais – Lacen/MG/Funed realizou o sequenciamento genético de 95 amostras positivas para SARS-CoV-2 e um controle negativo. As amostras analisadas foram coletadas no período de 15/10 a 18/11. Dessas, 94 tiveram o genoma do vírus detectado. Todos foram classificados pertencendo à variante ômicron, sendo 61 ligados à linhagem BQ.1 e suas descendentes (64.90%), 25 à linhagem BA.5 (26.6%), cinco à linhagem BA.4 (5.32%), dois à linhagem BF.7 (2.12%) e uma à linhagem BN.1 (1.06%).

Ludmila Oliveira Lamounier, analista e servidora do Serviço de Virologia e Riquetsioses (SVR) da Fundação, destaca que, nesse sequenciamento, em maior parte, as amostras foram classificadas como relacionadas à linhagem BQ.1.

“As amostras foram coletadas em diferentes municípios do estado de Minas Gerais. É importante observar também que foi detectada, pela primeira vez no estado, a linhagem BN.1. Contudo, com os dados atuais, ainda não podemos inferir sobre o impacto dessa variante no contexto epidemiológico, sendo de extrema importância o trabalho da vigilância genômica para monitorar essa linhagem e outras que podem surgir”, afirma.

As linhagens BA.4, BA.5, BF.7, BN.1 e BQ.1, assim como suas sublinhagens, pertencem à variante Ômicron, que é considerada uma VOC (variante de preocupação), segundo a Organização Mundial da Saúde - OMS.

Vacinas mais potentes

Com a emergência das variantes genéticas é importante ressaltar que o SARS-CoV-2 pode adquirir mecanismos de evasão a resposta imune e a neutralização fornecida pelas vacinas. Por essa razão, estão sendo desenvolvidas as vacinas de segunda geração, chamadas de bivalentes.

O Brasil recebeu os primeiros lotes de vacinas bivalentes contra a Covid-19 no dia 12 de dezembro, mas ainda não chegaram aos municípios. De acordo com a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa, as vacinas bivalentes podem ser aplicadas no Brasil como dose de reforço na população acima de 12 anos. Os imunizantes aprovados são a bivalente BA.1 que protege contra a cepa original e contra a subvariante ômicron BA.1; e a bivalente BA.4/BA.5 que protege contra a cepa original e contra as subvariantes Ômicron BA.4/BA.5.

A Secretaria de Estado de Saúde – SES/MG aguarda as diretrizes do Ministério da Saúde quanto à disponibilidade das vacinas bivalentes e reitera a necessidade de a população tomar as doses de reforço contra o SARS-CoV-2 disponíveis, para uma efetiva proteção.

Segundo Jaqueline, “as vacinas disponíveis no momento são eficazes contra a doença e protegem contra casos graves e óbitos. Estudos mostram que a estratégia de reforçar o calendário vacinal aumenta em mais de cinco vezes a proteção contra casos graves e óbitos pela Covid-19. A população deve procurar os postos de vacinação mesmo após o prazo para a dose de reforço”. (Com informações da Agência Minas)