RACHADURAS NO RETIRO COLONIAL - ArcelorMittal nega relação com obras da barragem

Distância entre os imóveis e a empresa supera limite de alcance dos impactos das intervenções

RACHADURAS NO RETIRO COLONIAL - ArcelorMittal nega relação com obras da barragem
Reprodução TV Globo

Nesta semana, a mineradora ArcelorMittal esteve no centro de duas polêmicas envolvendo a população e a barragem da mina de Serra Azul, em Itatiaiuçu, desativada e que passa por obras de construção de um muro de contenção da barragem para, enfim, fazer o processo de descomissionamento, que vai retirar o rejeito de minério da estrutura.

A primeira delas foi a denúncia feita pelos moradores do entorno da mineradora em relação a trincas e rachaduras que teriam começado a aparecer nos imóveis depois do início das obras. Relacionando o problema às intervenções na empresa, os moradores acionaram a imprensa em busca de solução para o problema.

Em resposta, a ArcelorMittal afirmou à FOLHA que as menções sobre trincas e rachaduras em residências recebidas pela empresa foram feitas por moradores do Retiro Colonial, situado às margens da BR-381.

Como destacado na nota, o bairro fica “a mais de 5 km da mina de propriedade da empresa e a mais de 2 km das obras da Estrutura de Contenção a Jusante – ECJ”, o que torna a relação sem fundamento. Pois “consultorias externas realizadas no projeto realizaram estudos específicos de vibração das obras que confirmaram a ausência de impactos em distâncias superiores a 80 metros do local”, ou seja, o Retiro Colonial está localizado a mais de 1,9 km de distância do ponto que poderia ser afetado.

“A empresa desconhece qualquer estudo que aponte correlação entre a construção da ECJ e eventuais rachaduras nas residências da região”. E ainda acrescentou que “a implantação do empreendimento está sendo realizada por empresas especializadas e utilizando modernas técnicas de construção que minimizam vibrações”.

 

Protesto na capital

Na quarta-feira, 18, a mineradora foi destaque na imprensa da capital mineira devido a protesto feito na porta da sede da companhia, em Belo Horizonte. A manifestação foi feita por famílias atingidas pelo acionamento do Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração - PAEBM da barragem, por precaução, há quase quatro anos, que levou à retirada de moradores que viviam nas proximidades.

De acordo com os manifestantes, direitos estão sendo negados para uma parcela desses moradores, que não foram comtemplados no acordo com o Ministério Público, e que parte do TAC com o MP estaria sendo descumprido.

Em reposta, a ArcelorMittal destacou que está aberta à negociação e que vem cumprindo todas as obrigações previstas no TAC. Afirmando também que o cronograma de negociações tem sido respeitado pela empresa e evoluído para o fechamento dos acordos de pagamento das indenizações individuais. Ao todo, das 56 famílias que foram realocadas provisoriamente em imóveis alugados pela empresa, 20 já adquiriram novos imóveis e realizaram a mudança para suas residências definitivas. Até o momento, 284 famílias celebraram acordos de indenização individual assinados. E atualmente a ArcelorMittal negocia com as partes citadas o TAC 2, que estabelecerá os parâmetros para as ações de reparação coletivas.