Brasil recupera certificado de eliminação do sarampo
País também recebeu certificação por erradicação de rubéola e síndrome da rubéola congênita
Cinco anos após perder o certificado de eliminação do sarampo, em 2019, o Brasil voltou a ter o status de país livre da doença. O último registro de sarampo no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, aconteceu em junho de 2022, no Amapá. O registro é feito pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Além disso, o país também recebeu o certificado de eliminação da rubéola e síndrome da rubéola congênita no Brasil. Com isso, a região das Américas passa a ser novamente a única região do mundo livre dessas três doenças.
“Esse diploma é resultado da força da retomada e da competência do sistema de vacinação brasileiro”, destacou o presidente durante cerimônia, realizada em Brasília, no dia 12 de novembro, ao lado do diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e diretor regional da OMS para Américas, Jarbas Barbosa, e a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
Para cumprir os critérios de reverificação, o Brasil precisou demonstrar que não houve transmissão do vírus do sarampo durante pelo menos um ano, além de ter fortalecido o seu programa de vacinação de rotina, a vigilância epidemiológica e a resposta rápida a casos importados.
Histórico
Devido às baixas coberturas vacinais e ao intenso fluxo migratório de países vizinhos, em 2018, ocorreu a reintrodução da doença no país. Em 2019, após um ano de franca circulação do vírus do sarampo em território brasileiro, o país voltou a se tornar endêmico para a doença. Foram confirmados 39.779 casos entre 2018 e 2022 e 40 mortes de crianças pela doença.
Em 2023, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou como “alarmante” o aumento de casos de sarampo na Europa, com mais de 58 mil infecções registradas em 41 países ao longo do ano, um crescimento significativo em relação aos últimos três anos.
Em 2024, o Brasil chegou a registrar dois casos confirmados, mas importados, sendo um em janeiro, no Rio Grande do Sul, proveniente do Paquistão; e um em agosto, em Minas Gerais, proveniente da Inglaterra.
Vacinação
O Ministério da Saúde reforça a importância da vacinação para prevenir casos graves e óbitos causados pelo sarampo. A tríplice viral protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola e é recomendada em duas doses para pessoas de 12 meses a 29 anos e em dose única para adultos de 30 a 59 anos. A cobertura vacinal da primeira dose passou de 80,7% em 2022 para 88,4% em 2023, e em 2024, até o momento, já chegou a 92,3%.