UFMG terá laboratório para terapias de doenças raras

Plataforma de biotecnologia poderá ser parceira do SUS na oferta de tratamentos mais eficazes para a Síndrome de Dravet, um tipo de epilepsia ainda sem cura

UFMG terá laboratório para terapias de doenças raras
Ernesto Del Aguila III | National Human Genome Research Institute (NIH)/Divulgação UFMG


A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) vai ter um laboratório para produção de medicamentos feitos por terapia genética destinados ao tratamento de doenças raras, como a Síndrome de Dravet, um tipo de epilepsia ainda sem cura. 

O laboratório está sendo estruturado no Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade.

Conforme divulgado pela UFMG, o projeto propõe uma plataforma biotecnológica baseada no uso da tecnologia de CRISPR-Cas9 e funcionará junto ao centro de produção de vetores virais para tecnologia do ICB.

A proposta foi financiada, com cerca de R$ 2 milhões, pela Finep Inovação e Pesquisa, empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), para subsidiar a montagem e manutenção dos trabalhos pelos próximos três anos. O laboratório é coordenado pelo professor Antônio Oliveira, do Departamento de Farmacologia do Instituto.

O subcoordenador do laboratório, Vinícius Toledo Ribas, professor do Departamento de Morfologia do ICB, explica os benefícios agregados que devem advir da criação dessa infraestrutura. “Além da produção de terapias que têm altos impactos para a saúde pública e para a sociedade, incluindo elevados custos para o SUS [atualmente, as terapias para doenças como a Síndrome de Dravet precisam ser importadas], a plataforma deve funcionar como celeiro para formação de recursos humanos nessa área específica”, detalha.

A tecnologia que será utilizada, o sistema CRISPR-Cas9, de acordo com Vinicius Riba, é uma ferramenta de edição de genomas mais rápida e fácil de ser utilizada do que as ferramentas convencionais e constitui uma abordagem promissora.

De acordo com a UFMG, as universidades federais do Rio de Janeiro (UFRJ), de Alfenas (Unifal), de Ouro Preto (Ufop) e de São Paulo (Unifesp), além da Universidade de São Paulo (USP) também têm pesquisadores envolvidos nos trabalhos da nova plataforma. No âmbito da UFMG, o projeto, além do ICB, conta com a participação da Faculdade de Medicina. Pesquisadores da Alemanha e dos Estados Unidos também colaboram com a iniciativa.