ATINGIDOS DA PAEBM - Vieiras pode se tornar comunidade tradicional
Moradores participaram de formação em busca de reconhecimento e certificação
No último sábado, 18 de outubro, atingidos da comunidade de Vieiras, em Itatiaiuçu, participaram da formação sobre Povos e Comunidades Tradicionais, com o objetivo de entender e conhecer o processo de identificação, reconhecimento e certificação de povos e comunidades tradicionais. O encontro foi ministrado pelo professor, historiador e doutorando em História – UNICAMP, Francisco Phelipe Cunha Paz. Essa formação, conforme destacado pela Aedas, faz parte de uma primeira etapa para possibilitar o início do processo de reconhecimento e certificação da comunidade de Vieiras como comunidade tradicional.
Na atividade, a comunidade debateu diversos conceitos importantes, como: o que são povos tradicionais, o que é comunidade, quais elementos identificam uma comunidade tradicional. O historiador apresentou a legislação brasileira relativa ao tema, além de trazer exemplos de como ocorrem as relações comunitárias e suas tradicionalidades. De acordo com o professor, as legislações foram criadas para garantir direitos, respeitando as diferenças e as diversidades desses povos, como forma de assegurar a participação de comunidades tradicionais nas decisões que afetam seus modos de vida.
Ainda durante o encontro, as pessoas atingidas compartilharam como utilizam os espaços da comunidade e refletiram como a Pedra Grande é um símbolo de união e integração entre eles e o território. Ainda explicaram como são as relações e a convivência entre as famílias. Para o atingido José Roberto, mais conhecido como Zezé, “a comunidade de Vieiras é complexa e tem suas subdivisões, como as áreas de Veloso, Cascalho, Samambaia, Mourão e Pedra Grande. Para mim, a comunidade de Vieiras é cheia de águas e plantações de sobrevivência de famílias, vejo o Mourão como nascente, como vida”.
Divididos em grupos, eles construíram uma cartografia social da comunidade da região para tentar identificar os pontos que reconhecem como sendo de comunidades tradicionais, indicando pontos de uso comunitário, pontos de turismo, os acessos à comunidade, pontos tradicionais, apontando ainda, plantas medicinais que costumam fazer uso. Além disso, lembraram das figuras de parteiras e benzedeiras, enquanto referências da comunidade. “Vieiras é acolhimento. Aqui, temos natureza, a samambaia, as orquídeas, a embaúba, as pessoas unidas”, apontou a atingida Fabiana Lima. (Com informações da Aedas)




