Fiocruz alerta sobre importância de vacinação

Cobertura vacinal de crianças e adolescentes é baixa, incluindo em Itatiaiuçu. Imunização com o bivalente não chega a 20%

Fiocruz alerta sobre importância de vacinação
Foto: Reprodução DEMAS/Governo Federal


A efetividade das vacinas contra a Covid-19 usadas em crianças e adolescentes é de quase 90% e os efeitos adversos graves são raramente relatados. É o que reforça uma nova nota técnica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), publicada no dia 22 de janeiro, para alertar a população sobre a importância de se vacinar.

De acordo com o texto, as vacinas CoronaVac, do Butantã, e a BNT162b2, da Pfizer, têm alta efetividade contra infecção e, principalmente, contra hospitalização por coronavírus. “Já em relação aos efeitos adversos, a CoronaVac apresentou taxa de 5% para eventos leves, enquanto a Pfizer, os eventos adversos graves foram raramente relatados”, ressalta.

Além disso, a imunização reduz em 41% o risco desse grupo desenvolver Covid longa, condição em que a pessoa permanece com sintomas após a fase aguda da doença, o que ocorre em até 30% dos casos. A proteção é ainda maior para crianças com até seis meses da última dose da vacina, chegando a 61%.

Apesar disso, a cobertura vacinal desse imunizante ainda se encontra em números abaixo do esperado. De acordo com a Fundação, a imunização alcançou menos de 25% na faixa etária de 3 a 4 anos de idade com duas doses.

Em Itatiaiuçu, conforme dados do Departamento de Monitoramento, Avaliação e Disseminação de Informações Estratégicas em Saúde (DEMAS), atualizado diariamente pelo Governo Federal com base nos dados dos estabelecimentos de Saúde, a cobertura vacinal total foi de 96,33% para as duas doses, 58,80% para as 3 doses e apenas 17,02% para as quatro doses. Ou seja, enquanto quase toda a cidade procurou uma unidade de saúde para tomar as duas primeiras doses, a maioria não retornou para tomar as outras doses seguintes.

Os dados ainda revelam que a cobertura vacinal em crianças e adolescentes foi baixa. Nem 20% de crianças de até 6 meses receberam as duas doses (17,3% com 2 doses e 5,5% com 3 doses); apenas 37,8% de crianças de 3 a 4 anos receberam as duas doses e 3,1% a terceira; e, enquanto 74,3% das crianças de 5 a 11 anos foram tomar as duas doses, apenas 11,5% voltaram para receber a terceira.

O interessante de observar é que essa cobertura aumenta conforme a idade. Isto é, por exemplo, mais de 90% da população com mais de 18 anos recebeu as duas doses completas e uma variação de 50% a 70% recebeu a terceira. Isso indica que os pais e responsáveis foram aos postos de saúde receber a sua dose, mas não levaram os seus filhos para receber o imunizante.

Em contrapartida, a imunização com o bivalente é baixa para todas as idades. Conforme dados do painel, apenas o imunizante teve alcance de apenas 17,98%, sendo aplicadas apenas 1.964 doses. A imunização ultrapassa os 80% apenas para a população de 75 a 79 anos, com 85,4% de adesão. Para o público de 12 a 60 anos, a imunização não chegou a 20%.