Quatro anos à espera de justiça em Brumadinho

Atos marcam a data do rompimento da barragem da Vale. Três pessoas ainda não foram encontradas

Quatro anos à espera de justiça em Brumadinho
Felipe Cunha


A ONG Aedas, que atende os atingidos pelo rompimento da barragem de Brumadinho, entre outras cidades da região, como Itatiaiuçu, cobriu os atos realizados no estado e publicou, no dia 25 de janeiro, matérias especiais em relação à data, que marca os quatro anos do ocorrido na barragem Mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale, em 2019.

Segundo a Aedas, centenas de pessoas participaram dos atos para relembrar o chamado “desastre crime, um dos maiores da história do Brasil”, que “matou 272 pessoas e devastou a bacia do Rio Paraopeba e Lago de Três Marias”. Sendo que três pessoas mortas na ocasião ainda não foram encontradas.

Entre as ações promovidas pelos familiares e entidades, foi promovida a IV Romaria Pela Ecologia Integral a Brumadinho, com uma missa na Praça da Matriz da cidade, presidida por Dom Vicente Ferreira, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte. Carregando faixas e girassóis para homenagear as joias [como são chamadas as vítimas], os participantes seguiram em caminhada até o letreiro de Brumadinho, onde ocorreu um ato público organizado pela Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo rompimento - AVABRUM.

A Aedas destaca que o ato acontece todo dia 25 de cada mês no letreiro de Brumadinho, como forma de marcar a luta e a esperança por justiça. E neste ano, às 12h28, familiares e romeiros se reuniram no abraço simbólico ao letreiro e lançaram aos céus balões que simbolizaram cada vida ceifada.

Homicídio qualificado

Ainda de acordo com a ONG, há quatro anos, a população atingida pelo rompimento da barragem da Vale busca pela reparação integral dos danos, a recuperação dos municípios impactados e, destacadamente, a punição dos possíveis culpados pela tragédia que, segundo o Ministério Público Federal - MPF, tem fortes indícios de crime.

Na última terça-feira, 24, a Vale, a Tüv Sud e mais 16 pessoas se tornaram rés por homicídio qualificado em denúncia apresentada pelo MPF e aceita pela Justiça Federal. Além de homicídio, os acusados responderão por crimes contra a fauna, a flora e crime de poluição. (Com informações da Aedas)